Como é possível?
É com enorme mágoa que vejo o retorno de Timor Leste a uma situação que tão arduamente foi combatida, por timorenses em particular, e pelo mundo em geral.
Contactei com o território através de um trabalho de investigação, felizmente já publicado e que versava sobre o papel de Portugal no período de transição. Por então, fiquei profundamente apaixonado por um recém nascido país que, nos seus habitantes e no seu singular modo de vida, expressava verdadeira coragem, sentida em cada recanto do território.
Foi com lágrimas que falei com crianças no sopé do Tata-mai-Lau, crianças que tentavam falar o português com verdadeiro sentido do querer aprender a língua portuguesa. Foi com genuino deslumbre que calcorriei aquele país, sentindo-me sempre, e estranhamente, em casa. Ao assistir, em Portugal, aos recentes acontecimentos em Timor LoroSae, reparo agora que o país está longe de estar pacificado. A construção de uma nação independente não se faz em 5 anos. Atendendo à história de Timor, creio que nem 50 chegarão. Mas um Estado, de pleno direito democrático, escolheu o seu percurso.
Contudo, as infra-estruturas de base, e aqui refiro-me a uma educação cívica, não existem. Em Timor, também se verifica um notório desenquadramento dos locais com uma lógica de vivência coerente. Neste momento, tal nem sequer é possível. Acredito que o disse Adelino Gomes (a quem aproveito para mandar um caloroso abraço), ou seja, uma aliação entre a experiência dos antigos militares com a dinâmica da juventude, poderá constituir um percurso benéfico. Mas tal ainda não é possível. Muitas coisas ainda não são possíveis. Não creio que a culpa resida somente em Alkatiri. O eterno papel apaziguador de Xanana não é, de todo, eterno. Timor Leste está em contra-relógio para granjear os seus meios de auto-suficiência. A comunidade internacional auxilia com meios militares para almejar a uma pacificação territorial, mas a paz não é, somente, territorial. Tem que provir, antes de mais, do espirito.
Julgo que o papel dos jovens, aqueles que recebem a sua instrução fora das fronteiras timorenses, tem que ser relevado. O embaixador de Timor na Indonésia aponta a falta de educação cívica como o grande busilis desta questão. Somente após uma geração, talvez duas, se irão apagar, completamente, as marcas de 25 anos de ocupação forasteira. Por agora, Timor enfrenta somente um desafio, entre muitos outros vindouros. Em jeito metafórico, o país é jovem...a sua maturidade ainda irá demorar.
Contactei com o território através de um trabalho de investigação, felizmente já publicado e que versava sobre o papel de Portugal no período de transição. Por então, fiquei profundamente apaixonado por um recém nascido país que, nos seus habitantes e no seu singular modo de vida, expressava verdadeira coragem, sentida em cada recanto do território.
Foi com lágrimas que falei com crianças no sopé do Tata-mai-Lau, crianças que tentavam falar o português com verdadeiro sentido do querer aprender a língua portuguesa. Foi com genuino deslumbre que calcorriei aquele país, sentindo-me sempre, e estranhamente, em casa. Ao assistir, em Portugal, aos recentes acontecimentos em Timor LoroSae, reparo agora que o país está longe de estar pacificado. A construção de uma nação independente não se faz em 5 anos. Atendendo à história de Timor, creio que nem 50 chegarão. Mas um Estado, de pleno direito democrático, escolheu o seu percurso.
Contudo, as infra-estruturas de base, e aqui refiro-me a uma educação cívica, não existem. Em Timor, também se verifica um notório desenquadramento dos locais com uma lógica de vivência coerente. Neste momento, tal nem sequer é possível. Acredito que o disse Adelino Gomes (a quem aproveito para mandar um caloroso abraço), ou seja, uma aliação entre a experiência dos antigos militares com a dinâmica da juventude, poderá constituir um percurso benéfico. Mas tal ainda não é possível. Muitas coisas ainda não são possíveis. Não creio que a culpa resida somente em Alkatiri. O eterno papel apaziguador de Xanana não é, de todo, eterno. Timor Leste está em contra-relógio para granjear os seus meios de auto-suficiência. A comunidade internacional auxilia com meios militares para almejar a uma pacificação territorial, mas a paz não é, somente, territorial. Tem que provir, antes de mais, do espirito.
Julgo que o papel dos jovens, aqueles que recebem a sua instrução fora das fronteiras timorenses, tem que ser relevado. O embaixador de Timor na Indonésia aponta a falta de educação cívica como o grande busilis desta questão. Somente após uma geração, talvez duas, se irão apagar, completamente, as marcas de 25 anos de ocupação forasteira. Por agora, Timor enfrenta somente um desafio, entre muitos outros vindouros. Em jeito metafórico, o país é jovem...a sua maturidade ainda irá demorar.